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sábado, 30 de outubro de 2010

De perder o sono

Para quem achou que o jogo contra o Quênia foi de dar sono, esse, contra a República Tcheca, foi um castigo. Dizer que foi emocionante vencer as tchecas no tie-break é um insulto ao time campeão olímpico.

Depois de perder para a Holanda, na estreia, a Rep. Tcheca se tornou forte candidata a perder para Itália, Brasil, Porto Rico e voltar para casa. Mas o Brasil conseguiu dar vida às adversárias e, por muito pouco, não saiu de quadra derrotado – se as tchecas não tivessem cessado a reação incrível do 2º set, quando perdiam por 16-8 e encostaram no placar, a história do jogo poderia teria sido grotesca para as brasileiras.

Ficou claro que Sheilla, poupada na primeira partida, é a estrela da companhia. Os 27 pontos que a oposta fez no jogo de hoje – 23 só no ataque – demonstram que ela é imprescindível. Natália, que estreou em campeonatos mundiais, não conseguiu pôr em jogo toda a potência de seus golpes, e chegou, até, a dar lugar para Sassá. Já a outra ponteira, Jaqueline, mostrou que o time vai sentir muita falta de Mari e Paula nesse campeonato: ela não compensou, no passe, sua deficiência ofensiva, e não compensou, no ataque, os passes ruins que efetuou durante o jogo. Para completar o dia de cão do setor defensivo do Brasil, Fabí esteve abaixo da crítica. Se fosse possível Camila Brait ficar no banco, é possível, até, que ela não tivesse terminado a partida.

As duas centrais, Fabiana e Thaísa, fizeram um papel razoável – nada além disso. Thaísa pontuou cinco vezes no bloqueio e Fabiana, nove no ataque . Nenhuma delas brilhou de fato: no geral, o Brasil só fez um ponto a mais bloqueio que a Rep. Tcheca (18-17).

Para completar, as levantadoras sofreram e fizeram sofrer. Sofreram com o passe horrendo, que chegava nunca na mão delas. No entanto, elas não são apenas vítimas: se Dani Lins não deu velocidade ao ataque, Fabíola (que talvez tenha entrado para não sair mais do time) insistiu com bolas para Jaqueline na hora decisiva e errada, e isso quase custou a vitória.

Pensando como um pessimista, esse jogo mostrou que o Brasil vai sofrer contra Holanda e Croácia, e dificilmente vencerá Itália, Cuba e EUA. Um otimista dirá que essa vitória servi para unir mais o grupo, serviu de alerta, e serviu para outras coisas que eu não tenho paciência para dizer. Fico no meio do caminho: do jeito que está, não vamos muito longe, mas, como vencemos um jogo tão complicado, é possível que o time embale e chegue às semifinais. A partir daí, tudo é possível.

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