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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Se for, vai ser na raça

Se a Seleção Brasileira venceu as Olimpíadas de Pequim dando aula de Vôlei, é porque tinha Fofão, a melhor levantadora do mundo nos últimos anos, e uma dupla de passadoras jogando o fino da bola – Mari e Paula, principalmente Paula. Agora, porém, no Mundial do Japão, o trio não joga: Fofão se cansou de seleção, e as ponteiras, fora por contusão. Resultado: o Brasil vai disputar o Mundial sem uma levantadora confiável e com Natália, uma oposta nata, jogando no passe, fundamento que quase não aprimorou em seu clube, o Osasco. Além disso, das 14 jogadoras do elenco, apenas seis já disputaram um campeonato mundial, Mas isso não é motivo para o pessimista desfraldar a bandeira branca e alegar rendição.

O poder ofensivo do time, com Sheilla e com a própria Natália, é animador. Natália, nossa “cubana”, tem um ataque mais potente do que o das campeãs olímpicas e pode, inclusive, abocanhar algum dos prêmios que a FIVB oferece no final do campeonato – quem sabe o de melhor atacante?

Mas as melhores fichas que eu tenho, confesso, aposto no meio de rede. Fabiana e Thaisa têm bloqueado tanto esses últimos anos que, às vezes, penso se Walewska (outra aposentada da amarelinha depois de Pequim) seria titular desse time. Também confio um bocado em Fabí e vou torcer para que a Jaqueline desse Mundial seja a que enfrentou a China no Mundial de 2006 – atuação que ela jamais conseguiu igualar.

Sobre as adversárias de nossas meninas, acredito que as mais perigosas estejam do lado de cá da chave. Foi muito azar o sorteio da Federação Internacional – ela, de novo – colocar, disputando duas vagas para as semifinais, EUA, Itália, Cuba e Brasil, enquanto do outro lado China e Rússia devem passear nas primeiras partidas. Não é preciso fazer adivinhação para dizer que Rússia e China são nomes certos nas semifinais, ao passo que as outras quatro potências vão se digladiar pelas outras vagas. E dessas quatro, o melhor time é os EUA.

Com Hugh McCutcheon, o técnico campeão olímpico masculino, o jovem time americano se reforçou depois da conquista do Grand Prix esse ano, e trouxe de volta a oposta Nancy Metcalf e a levantadora Lindsey Berg, medalhistas de prata em 2008. A dúvida é saber se as duas ainda têm lugar no time.

Itália e Cuba devem brigar com o Brasil pela outra vaga.

A Itália tem levado vantagem sobre o Brasil nos últimos três anos, o que, por si só, já é motivo para aguardar com ansiedade o confronto entre os dois times na próxima quarta-feira, dia 3. Cuba, mesmo sem Calderón, pode fazer um bom mundial, ao contrário dos dois últimos, quando esteve longe de ficar entre os quatro melhores.

Com um time tão modificado (e remendado), com três adversários de peso para chegar às semifinais e com China e Rússia decidindo, no par ou impar, primeiro e segundo lugares na outra chave, o torcedor brasileiro não pode esperar menos do que muito sofrimento para ver o time chegar ao título inédito – sem ter como escolher adversário.

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