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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A hora do Handebol

Terminar o mundial em 21º lugar não anima ninguém. O handebol masculino do Brasil repetiu a posição do campeonato de 2009 e isso significa dizer, vendo a situação a olho nu, que não houve evolução alguma nesse biênio. Pelo menos, dentro de quadra.

A ressalva tem motivos óbvios. E midiáticos.

Jamais houve um campeonato de handebol com tanta visibilidade no país. O Bandsports, na TV fechada, e o Esporte Interativo, na aberta e na internet, fizeram uma transmissão digna, por exemplo, do que se viu nos mundiais de basquete e de vôlei, do ano passado – pelo menos, em termos de transmissões em direto.

A exibição ao vivo e diária de duas ou três partidas, incluindo todas as da Seleção Brasileira na primeira fase, fizeram a alegria de um dos espectadores mais carentes do esporte nacional, o Amante do Handebol – com as devidas maiúsculas.

Acostumado a acompanhar VTs de partidas realizadas um mês atrás, o torcedor de handebol que tivesse TV por assinatura pôde escolher, certa vez, se assistiria à França dar uma surra na Tunísia ou à Islândia encarar a Hungria.

Por 17 dias, os gols de Hansen, as defesas de Omeyer e o contra-ataques de Zrnic se tornaram trivialidades nas redes sociais e artigo de inveja (de boa inveja) para quem quer ver o esporte das bandas de cá do Atlântico se expandir. Se o handebol da seleção foi pífio, o nível dos estrangeiros foi um imenso atrativo para quem quer tomar gosto pelo jogo. Nunca a mídia fez tanto pelo handebol.

Ainda não se sabe se a TV brasileira vai ter transmissão de algum campeonato europeu ou se a TV aberta vai, finalmente, exibir a Liga Nacional. Mas um passo importante foi dado e, com o mundial feminino batendo à porta, em Santa Catarina, não parece que vai haver retrocesso nesse avanço, pelo menos a curto prazo.

A chance de fazer o Handebol Brasileiro crescer é essa. A chance de formar uma geração que gosta do Handebol é essa. A chance de se tornar independente do investimento estatal e de captar patrocinadores é essa. Tolice da mídia é regredir. Tolice de quem dirige o esporte é não aproveitar.

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