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domingo, 2 de janeiro de 2011

Gamova? Não. Mustafina

A eleição de Gamova como maior atleta da Rússia de 2010 tem muito mérito. Foi uma eleição popular promovida pelo canal de televisão Russia 2 e pelo portal digital Sportbox.ru.

A disputa se deu por etapas. Primeiro, mês a mês, o público escolhia um atleta finalista – fevereiro, por exemplo, Ivan Skobrev, prata e bronze na Patinação de Velocidade, nos Jogos Olímpicos de Vancouver. Em seguida, os 12 campeões mensais foram divididos em quatro chaves com três concorrentes. Os ganhadores avançavam às semifinais e, depois, à final, quando Gamova (novembro) venceu o goleiro do CSKA Igor Akinfeev (outubro) por 52,7% a 47,3%.

A vitória de Gamova reflete, primeiro, a importância que tem o Vôlei na Rússia, e, segundo, o quanto ela foi importante na conquista do título mundial. Nem é preciso lembrar que ela fez 35 pontos contra o Brasil, na decisão, sendo oito só no tie break. Qual seja, ela teve mérito. Mas houve quem merecesse mais.

Creio que o tempo mostrará que a atleta russa do ano foi a ginasta Aliya Mustafna. Em outubro (e olhe que ela perdeu a eleição mensal para Akinfeev), ela conquistou o título mundial por equipes e o individual geral.

Desde Svetlana Khorkina, em 2003, uma russa não era campeão do individual geral.

Além disso, a ginástica russa estava numa fase decadente. O último título mundial por equipes foi em 1991 (ainda como União Sovética). Nas Olimpíadas de Pequim, o time russo não foi ao pódio, pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos (exceto em 1984, pelo boicote). Aliás, em 2008, a equipe feminina da Rússia voltou para casa de mãos e pescoço vazios: não houve uma única russa no pódio – é claro que Nastia Liukin não conta, porque ela competiu pelos Estados Unidos.

E Mustafina conduziu a Rússia de volta ao topo da Ginástica.

Por tudo o que representam as conquistas de Aliya Mustafina, queiram ou não queiram os juízes, ela foi a atleta russa do ano passado.

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