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sábado, 25 de julho de 2009

Ausências e apostas

A equipe brasileira que vai ao Mundial de Judô em Roterdã, mês que vem, foi convocada essa semana. A maior ausência é João Derly, contundido, que não defenderá o título mundial conquistado em 2005, no Cairo, ratificado há dois anos, no Rio, na categoria até 66 Kg.

Quem também não vai é Flávio Canto, na -81 Kg. Bronze em Atenas/2004, desde a derrota nas semifinais do Pan do Rio de Janeiro, Canto não consegue mais obter bons resultados – inclusive, ficou fora dos Jogos de Pequim. Ele parecia ser o herdeiro natural da vaga deixada por Tiago Camilo – que luta, agora, um peso acima – mas acabou perdendo a vaga para o jovem Nacif Elias, mesmo sendo o brasileiro melhor ranqueado nesse peso.

Embora os resultados desse ano digam o contrário, é surpreendente a ausência de João Gabriel Schlittler na categoria acima de 100 Kg. Bronze no Mundial de 2007 e quinto colocado nas últimas Olimpíadas, ele perdeu a vaga para o veterano Daniel Hernandes, remanescente dos Jogos de Atenas/2004, vencedor da etapa do Rio de Janeiro do Grand Slam deste ano (deve ter pesado muito a vitória de Hernandes sobre Yasuyuki Muneta na semifinal desse torneio).

Quem também não vai para Roterdã é Ketleyn Quadros (-57 Kg). A única medalhista da história de nosso Judô Feminino atravessa uma péssima fase e perdeu lugar para uma aposta: Rafaela Silva, bronze no Grand Slam do Rio e na etapa de Belo Horizonte da Copa do Mundo, terá a oportunidade de participar de sua primeira grande competição – os dois torneios em que subiu ao pódio não tiveram nível muito alto.

Se no Mundial do Rio de Janeiro/2007 o Brasil saiu do tatame com três títulos mundiais, a melhor participação brasileira na história do evento, acreditar na reedição da façanha é demasiado. Nossas esperanças de medalha para Roterdã recaem sobre três judocas.

Lutando na categoria até 90 Kg, Tiago Camilo até já conseguiu um título pan-americano (Rio/2007), mas não deve repetir o título mundial de dois anos atrás, na -81. Naquela ocasião, ele venceu as sete lutas por ippon (uma delas foi por dois waza-ari) e foi apontado como o melhor atleta da competição. Bronze em Pequim, mudou de categoria para este ciclo olímpico. Ainda em fase de adaptação, conseguiu uma bom terceiro lugar no Grand Slam do Rio e foi campeão em Belo Horizonte – título que conquistou enfrentando mais rivais brasileiros que estrangeiros. É possível que o resultado dele nesse mundial seja decisivo em suas pretensões de continuar lutando nessa faixa de peso – um título é pouco provável.

Bronze nas duas últimas Olimpíadas, Leandro Guilheiro (-73 Kg) pode, finalmente, conquistar uma medalha em campeonatos mundiais. Não será surpresa se voltar para o Brasil com o título – ainda mais por este Mundial não contar pontos para o ranking olímpico, o que pode levar algumas seleções a usá-lo como laboratório.

Luciano Correa (-100 Kg) é o único dos três campeões mundiais do Brasil que pode defender o título de dois anos atrás – Tiago não pode, já que mudou de peso.Ter sido segundo colocado em duas etapas do Grand Slam desse ano – Moscou e Rio – faz crer que seja possível lutar pelo ouro novamente. Único brasileiro a liderar o ranking em sua categoria, em Luciano Correa estão depositadas as melhores fichas do Brasil para o Mundial deste ano.

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