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domingo, 12 de julho de 2009

Não mais que um nome

A etapa brasileira da Copa do Mundo de Judô, disputada este fim de semana, em Belo Horizonte, pode levar o público (brasileiro, em especial) a ter impressões equivocadas a respeito da real força do país no esporte.

No primeiro dia, cinco categorias distribuíram medalhas e o Brasil conquistou três de ouro. Pode parecer um salto imenso de qualidade, já que, em Pequim, a delegação nacional voltou com apenas três bronzes, mas não é nada disso.

Se o Grand Slam do Rio de Janeiro, semana passada, não teve a presença de algumas potências do Judô, como as duas Coreias, Cuba, Itália e Geórgia, em BH o nível da competição é ainda mais baixo: França, Holanda e Japão também não mandaram competidores, deixando o torneio quase com cara de Copa América.

A categoria até 60Kg, no masculino, é uma amostra desse nível parco: os quatro medalhistas foram brasileiros. Além deles, havia, apenas, outros oito judocas – nenhum era fora do Continente Americano. Se uma disputa de escala mundial com 12 competidores parece pouco, há que se lembrar que existem categorias com menos atletas ainda. Nas de maior peso, +100Kg masculino e +78Kg feminino, que subirão ao tatame daqui a pouco, são apenas meia dúzia de lutadores, com o agravante de quatro brasileiros lutarem em cada uma delas. Noutras palavras, na pior das hipóteses, o Judô nacional vai subir no pódio com dois bronzes em cada categoria.

A partir do ano que vem, quando a pontuação do ranking começar a valer como classificação para as Olimpíadas de Londres, pode ser que o nível da etapa brasileira tenha alguma melhora. Do contrário, chamar o torneio disputado em Belo Horizonte de “Copa do Mundo” continuará soando estranho. Não será surpresa se, em poucos anos, a Federação Internacional de Judô retirá-la daqui, já que, no ano passado, a competição foi quase tão fraca quanto esta edição.

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