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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Fácil e preocupante

O sorteio desta tarde colocou Rússia, Croácia, Montenegro, Angola e Grã Bretanhano caminho da Seleção Brasileira feminina de handebol. Carne de pescoço, mesmo, é a Rússia, campeã mundial em 2009, medalha de prata em Pequim/2008. Croácia e Montenegro não têm lá muita tradição na modalidade (a Croácia é potência do handebol, mas só do masculino). Angola tem um handebol emergente, sempre conquista títulos africanos, sempre consegue um ou outro bom resultado em mundiais, mas nunca levantou nenhuma taça relevante de verdade (feito o Brasil, diga-se). E a Grã Bretanha, que montou um time só pra participar dos Jogos Olímpicos, não deve oferecer resistência a ninguém, deve ser uma anfitriã generosa e derrotada - ao menos, no handebol. No mundial passado, o Brasil, no torneio que decidia entre o quinto e o oitavo lugar, venceu a Croácia por um gol de diferença e a Rússia por incríveis 16. Assim, não será surpresa se o Brasil, apesar da pouca tradição, terminar em segundo ou até em primeiro no grupo. Tudo certo, não é? O sorteio trouxe boa sorte às brasileiras, hein?

Não. Não é bem assim.

O grupo pode ser considerado fácil. Tanto pelo momento que as meninas do handebol atravessam, com vitórias recentes sobre França, Suécia, Rússia e dois empates contra a Noruega, quanto, principalmente, pelos times que formam o outro grupo - Noruega, França, Espanha, Dinamarca (as quatro semifinalistas do mundial passado), Suécia (campeã europeia) e Coreia do Sul (seleção não-europeia mais tradicional do esporte). Daí, vem a preocupação.

Se o Brasil passar (e, convenhamos, vai passar) para as quartas-de-final, é certo que vai enfrentar uma seleção de ponta - exceção que talvez se faça à Suécia. Por isso, não entendo ainda ao certo o clima de otimismo dos sites nacionais, exaltando a "sorte" que as brasileiras deram ao escapar do grupo da morte. Porque é uma sobrevivente da lá que as aguarda no primeiro mata-mata.

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