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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Não é só por aqui


Deu no site do canadense Edmonton Journal: governadora da província de Alberta, Alison Redford (foto), torrou mais de meio milhão de dólares canadenses em Londres, durante os Jogos Olímpicos – pouco mais de um milhão de reais. Ela capitaneou o passeio para 29 pessoas, entre as quais ministros e artistas, com o intuito, segundo a própria governadora, de “atrair investimentos a longo prazo para Alberta”.

Mais do que o dinheiro gasto na viagem, o que chamou a atenção do periódico foi o montante desperdiçado pela intrépida trupe oficial. Com a desistência de quatro ministros convidados, quartos de hotel reservados à ordem de 113 mil dólares canadenses foram pagos pelos cofres públicos, pois não houve possibilidade de ressarcimento.

A história, pelo jeito, vai causa mais indignação por lá do que os 23 milhões de reais que o COB gastou na Casa Brasil.

De volta

Sem maiores desculpas, sem grandes justificativas ou longo tratado sobre por que não tenho atualizado o blog, voltei. Eu poderia dizer que, sim, estive nos Jogos de Londres e, de lá, mantive uma coluna diária na Gazeta do Estado (GO), mas não vou fazer isso. Também não vou contar como foi difícil mandar os textos de lá, já que o wi-fi não foi gentil comigo, tampouco vou levar a crer que foi por dificuldades de conexão que o blog ficou desatualizado durante esse período. Não, eu não vou fazer isso. Prefiro é seguir sem me explicar, como se eu houvesse passado a semana comentando sobre o caso estapafúrdio de espionagem e pirataria do Comitê Organizador dos Jogos do Rio/2016 ao dos Jogos londrinos, e dedicado o fim de semana a tratar do escândalo das apostas no handebol francês. Prefiro que o blog prossiga seu curso como se, desde o fim dos Jogos, eu estivesse falando dos mundiais do ano que vem (de esportes aquáticos, em Barcelona, de atletismo, em Moscou, de ginástica artística, na Antuérpia, de judô, no Brasil, de handebol masculino, na Espanha, e feminino, na Sérvia), e como as Paralimpíadas e os eventos sucessores, com vôlei de praia, natação e judô, já tivessem sido pisado e repisados por aqui. Esqueçamos os formalismos. Porque não faltam nem quatro anos para as próximas olimpíadas - menos de um ano e meio, na verdade, pois em 2014 tem as de inverno. O tempo urge, o jogo segue.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Disciplina maldita

A convocação das sete ginastas brasileiras que vão para a aclimatação em Londres (disputam cinco vagas nos Jogos) foi um tremendo tiro no pé. A exclusão aparentemente definitiva de Jade Barbosa das Olimpíadas é o pior desfecho possível para a tragédia de erros que foi o caso envolvendo a atleta contra a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG). Todos erraram, mas nem todos os erros têm o mesmo peso.

Jade errou. Hesitou na hora de assinar o tal termo de compromisso para vestir a camisa da CBG, que tem patrocinador diferente do seu, e não se apresentou à seleção, ao contrário das outras colegas convocadas. Percebeu o erro. Demorou pra fazê-lo, é verdade, mas o fez. Implorou pra voltar e disse que aceita as condições da Confederação. Pronto. Isso deveria bastar.

A CBG erra. Primeiro, porque foi tão intransigente quanto a própria atleta no caso do termo não assinado. E erra, agora, porque, com o intuito de mostrar força e de dar um recado de intolerância contra a indisciplina, deixou em casa a melhor ginasta do time. Duvido, no fim das contas, que o patrocinador da Confederação queira o fardo de ter sido pivô involuntário da celeuma. E esse caso pode resultar desastroso para a equipe em Londres (o discurso hipócrita da CBG de que o Brasil já está entre os 12 melhores do mundo não vai convencer ninguém, quando o resultado mostrar que as meninas não foram além disso nos Jogos).

É preciso dizer que o Brasil por muito pouco não ficou sem equipe feminina na ginástica artística. A vaga veio com a repescagem, dependendo de uma nota razoável de Daniele Hypólito na trave, com drama, sem brilho. Sinal de uma modalidade que renovou muito pouco desde nos últimos quatro anos e que, indiscutivelmente, o país ficou para trás no cenário mundial da disputa. Abrir mão da única ginasta que teve alguma atuação decente pela seleção nesses últimos anos beira a burrice.

Nesse ciclo olímpico, na prova do salto, Jade conquistou medalha de bronze no Mundial de Roterdã/2010 e foi quarta colocada no de Tóquio, ano passado. Esses dois resultados foram as únicas participações de uma brasileira numa final por aparelhos, nos últimos três anos.

Além disso, ela coleciona um bronze no individual geral do Mundial de Stuttgart/2007 e foi décima colocada em Pequim, quando competiu gravemente contundida na mão e teve de ficar um ano afastada do esporte por isso. Foi, também a dona das melhores notas da seleção, na campanha olímpica de 2008, que deixou o Brasil em oitavo lugar.

Uma medalha para Jade não era provável, diga-se, mas ela era, sem dúvida, a melhor aposta da ginástica feminina brasileira. Poderia fazer, ao menos, um bom papel no salto e no individual geral.

Currículo, ela tem. Pedir desculpas, ela pediu. Mas isso não foi suficiente para que a CBG perdoasse a moça. O discurso de que o time é vencedor só por estar lá já começou a ganhar eco. E, pelo jeito, estará na bagagem da delegação, quando desembarcar ao Brasil.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Foi a folhinha

Ter vencido a seletiva norte-americana com o segundo melhor tempo do ano, ser o atual campeão olímpico e vice mundial da prova não foram apelo forte o suficiente para que Michael Phelps disputasse os 200m livre em Londres. O ianque, segundo seu treinador, preferiu se concentrar mais nas provas de revezamento.

É possível que o calendário olímpico da natação tenha feito o multimedalhista abdicar dessa disputa. As eliminatórias dos 200m livre estão marcadas para a sessão matutina do dia 29, com as semifinais para a noturna. Nestas mesmas sessões, o revezamento 4x100m livre dos EUA entra na piscina para defender o título suado 2008. A decisão dos 200 livre está marcada para a noite do dia 30, quando estão marcadas também as semifinais dos 200 borboleta (eliminatárias pela manhã).

Qual seja, em dois dias, se tudo der certo, o norte-americano terá nadado sete vezes, com perspeciva de, no dia seguinte, cair na piscina outras três - para as provas do 4x200 livre e para a final dos 200 borboleta. Claro que provavelmente ele seja poupado de uma ou outra prova de revezamento, mas vai ser, ainda assim, uma maratona desgastante.

Porque, no fim das contas, Michael Phelps vai disputar os 100 e 200 borboleta, os 200 e 400 medley e os revezamentos 4x100 livre e medley e 4x200 livre. E disputar sete medalhas nos Jogos Olímpicos, para quem completou 27 anos no sábado passado, é um desafio ao condicionamento físico, um acinte. Sete medalhas em Londres, sem importar a cor delas, se vierem, virão com mais sacrifício do que os oito ouros de Pequim, quando, inclusive, o calendário lhe foi mais simpático.

Olhos abertos


(foto: zimbio.com)

Ninguém duvidava que Usain Bolt se classificasse para defender, em Londres, os títulos dos 100 e 200m rasos. E suas marcas nas seletivas jamaicanas não foram nada desprezíveis - 9s86 e 19s83, respectivamente. Entretanto, o que deve estar tirando o sono do jamaicano é que esses tempos não foram suficientes para bater seu compatriota Yohan Blake.

É claro que o importante numa seletiva olímpica é a vaga. Mas é pouco achar que Bolt estava correndo em Kingston só pensando no carimbo no passaporte, e não, no resultado em si. Ele sabe - Blake também - que esse duelo caseiro era uma importante batalha de uma guerra psicológica que deve eclodir em Londres. E Blake, essa batalha, venceu.

Admito que o título mundial nos 100m rasos não foi o que mais me espantou em Blake - e acho que nem a Bolt. Porque muito mais se creditou sua vitória ao erro do adversário, que queimou a largada, do que à velocidade do campeão. Só fui perceber que o homem era rápido de verdade, quando venceu os 200m rasos no meeting de Bruxelas, com um tempo muito próximo do recorde do compatriota (até fiz uma crônica sobre o caso).

Se eu já pensava que Blake poderia vencer os 200m rasos em Londres, começo a acreditar que isso seja possível, também, nos 100. E acho que agora até o Homem-Raio, embora ainda favorito, também acredita nisso.

domingo, 1 de julho de 2012

As últimas



Com a vitória do Canadá agora há pouco sobre o Japão, estão definidas as seleções do femininas de basquete em Londres. As canadenses ficaram com a quinta e última vaga do pré-olímpico. A superstição recomenda champagne: as duas últimas participações canadenses em Jogos Olímpicos coincidiram com as duas únicas medalhas do basquete feminino do Brasil.

O Canadá se junta a Croácia, Turquia, França e Rep. Tcheca, que haviam conquistado a vaga anteontem, a Brasil, Angola, Austrália, Rússia e China, campeões dos pré-olímpicos continentais, EUA, campeão mundial, e Grã Bretanha, país-sede.

Entre as doze seleções estão todas as medalhistas das quatro últimas olimpíadas (EUA, Austrália, Rússia e Brasil) Em relação às Olimpíadas de Pequim, são seis novas seleções: saem Mali, Nova Zelândia, Letônia, Bielorrússia, Espanha e Coreia do Sul, entram França, Canadá, Angola, Turquia, Croácia e Grã Bretanha. Essas quatro últimas seleções, aliás, estreantes na modalidade.

Ficam, também, definidas as duas chaves olímpicas. O Brasil estreia contra a França. A tabela brasileira está aqui.

Grupo A
EUA
Rep. Tcheca
China
Angola
Croácia
Turquia

Grupo B
Austrália
Rússia
Brasil
França
Canadá
Grã Bretanha

Sem parâmetro

A edição do Grand Prix de vôlei deste ano foi das mais fracas. Difícil fazer prognóstico para Londres tendo o resultado da competição como base. Uma pena, porque mostra que a competição anual, com ausências e times mistos, tem perdido importância.

O título conquistado pelos EUA até pode ser considerado como demonstração de força. É o terceiro consecutivo das ianques, igualando a marca brasileira entre 2004 e 2006, foi um campeonato invicto, foi uma campanha que começou com o time titular e terminou com o reserva sendo campeão. Ouro certo em Londres? Isso já não dá pra dizer.

Porque se é verdade que as meninas de Hugh McCutcheon bateram adversárias da primeira fase olímpica - Brasil, China, Turquia e Sérvia -, por outro lado, não jogaram contra o time principal da Itália nem contra a Rússia, que não dá muita bola mesmo ao Grand Prix.

No fundo, o torneio deste ano só serviu, mesmo, para mostrar que dois times sempre candidatos a medalha estão ainda longe dela. Com um elenco bem jovem, a China parece mais um time para 2016 do que para 2012. E o Brasil, que parece ter definido apenas parcialmente o plantel para Londres, encontrou dificuldades nas primeiras rodadas contras times medianos e, o cúmulo, perdeu para o time reserva dos EUA nas finais.

O Grand Prix deixa como certeza o poderio do elenco norte-americano. E só.

sábado, 30 de junho de 2012

Do bronze e do nada ao penta sem África



Dez anos atrás, a Família Scolari conquistou, na Ásia, o improvável quinto título brasileiro numa Copa do Mundo de futebol. Um time que tinha oito remanescentes de dois dos mais retumbantes fracassos da longa história do Futebol Brasileiro.

Campeões mundiais em 2002, os titulares Roberto Carlos, Rivaldo e Ronaldo e os reservas Dida, Luizão e Juninho Paulista estavam no time medalhista de bronze em Atlanta/1996. Os outros dois ex-olímpicos foram os também titulares Ronaldinho Gaúcho e Lúcio, que estavam no grupo que naufragou em Sydney/2000.

Em 1996, depois de uma campanha titubeante na primeira fase, quando até perdeu para o Japão, o Brasil chegou às semifinais e foi eliminado num jogo dramático e inesqucível contra a Nigéria de Kanu. A Seleção Canarinho ainda conquistou o bronze, dois dias depois, goleando Portugal, mas aumentou o vexame das semis, se recusando a esperar pelo pódio no dia seguinte - as medalhas foram entregues logo depois do jogo, sem muita cerimônia, sem qualquer brilho, como fora, aliás, o futebol do time naqueles Jogos.

Quatro anos mais tarde, num time sem qualquer jogador acima dos 23 anos, a Seleção fraquejou, novamente, diante do futebol africano e não conseguiu avançar para a final. Nem para as semifinais, aliás. Derrotado pela África do Sul na primeira fase, o time enfrentou Camarões nas quartas e conseguiu a proeza de ser eliminado com um gol de ouro, quando tinha dois jogadores a mais em campo.

Curiosamente, a Copa de 2002 foi a única entre 1994 e 2010 que o Brasil não jogou contra nenhum time africano. Quase enfrentou Senegal nas semis, mas os turcos se encarregaram de tirar os senegaleses da Copa. Deve ter sido melhor assim. Porque seria injusto um futebol em que Rivaldo e Ronaldo jamais fossem protagonistas de um título mundial.

(foto: FIFA.com)

Resta um

O pré-olímpico feminino de basquete da Turquia se revelou generoso com as seleções europeias. Das cinco vagas em jogo, quatro foram definidas ontem, nos confrontos das quartas de final, e se viram arrebatadas pelos quatro times do Velho Continente. Assim, Croácia, que nem havia participado do último mundial, Rep. Tcheca, atual vice-campeã do mundo, França e Turquia vão a Londres.

(Comentário necessário: assim como no pré-olímpico de boxe masculino e de vôlei feminino, a Turquia se aproveitou do fator casa.)

Agora, Argentina, Canadá, Coreia do Sul e Japão disputam a vaga restante. Pela campanha que fez no campeonato mundial de dois anos atrás, quando terminou entre as oito primeiras do torneio, dá pra pensar que as sul-coreanas sejam favoritas ao lugar que restou no avião olimpico.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Classificação calculada

Acabou o suspense: o Brasil está na fase final da Liga Mundial de Vôlei. A França era a última ameaça ao posto brasileiro de melhor segundo colocado, e não podia perder ponto algum nos confrontos deste fim de semana. Porém, agora há pouco, em Dallas, os franceses venceram os italianos por 3 sets a 2 e perderam um ponto precioso. Com isso, o Brasil se junta a Polônia, Alemanha, Bulgária e Cuba na fase decisiva da competição. França e EUA ainda disputam a outra vaga, com direito a um confronto direto amanhã à noite, também na terra do Tio Sam.

O vôlei do Brasil não foi dos melhores nessa fase inicial da Liga, houve três derrotas para a Polônia (e uma para o Canadá), mas os pontos conquistados sobre a Finlândia e o próprio Canadá mantiveram a equipe na luta pelo decacampeonato.

A fase final será disputada a partir da próxima quarta-feira, em Sófia, na Bulgária.

Sem goleira-artilheira



Saiu agora há pouco a convocação da Seleção Brasileira feminina de handebol para os Jogos Olímpicos de Londres. Das 14 convocadas, apenas a goleira Mayssa Pessoa não esteve no elenco nacional que disputou o Mundial do ano passado, em São Paulo. Sobrou, assim, para a goleira reserva Babi, que, em São Paulo, havia até começado algumas partidas em lugar de Chana Masson, a titular da meta brasileira.

Babi ganhou notoriedade no esporte nacional quando fez o gol da vitória do time misto da Seleção sobre a Tunísia, na última rodada da primeira fase. Curiosamente, a goleira repetiu o lance no jogo seguinte, contra a Costa do Marfim, mas o árbitro não validou o gol, alegando que o jogo já havia encerrado. É possível que o técnico da seleção, o dinamarquês Morten Soubak, tenha optado pela experiência de Mayssa, que tem 28 anos de idade, contra 24 de Babi.

Seleção Brasileira feminina de Handebol - Convocadas

Goleiras - Chana, Mayssa
Armadoras-Centrais - Ana Paula, Mayara
Armadoras-Esquerda - Duda Amorim, Silvia Helena
Armadoras-Direita - Deonise, Francine
Ponteiras-Esquerda - Fernanda, Samira
Ponteiras-Direita - Alexndra, Jéssica

Foto: handballbrazil2011.com

sábado, 23 de junho de 2012

Idade olímpica

Além do dia da noite da fogueira de São João, a folha indica que 23 de junho é o Dia Olímpico. Nesta data, em 1894, o Barão de Coubertin fundou o Comitê Olímpico Internacional e revigorou (ressuscitou, na verdade) a tradição dos Jogos pagãos da Grécia Antiga. Daquele 23 de junho em diante, a chama do ideal olímpico jamais se apartaria da humanidade, embora alguma vez ou outra o terror e a guerra tenham intentado apagá-la.

Por isso, hoje, 23 de junho, a 34 dias da Abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, é dia para homenagear quatro atletas para quem o fogo sagrado de Olímpia ainda flameja elevado, sem se acomodar com os troféus e medalhas na estante nem se conformar com a passagem indescutível do tempo.


Quando começou a competir, a ginasta Oksana Chusovitina defendia a União Soviética. Em 1990, nos Jogos de Amizade (alguém aí se lembra dos Goodwill Games?), ela conquistou a medalha de ouro na prova do salto (quando ainda era "sobre o cavalo"). No ano seguinte, em Indianápolis, ela se tornou campeã mundial no solo e por equipes. Aí, a URSS acabou, as 15 repúblicas foram cada uma para um lado e, só para competir nos Jogos de Barcelona/92, 12 delas se reuniram sob o pavilhão olímpico e com a alcunha de Comunidade dos Estados Independentes (CEI).

Foi com a equipe da CEI que Chusovitina se tornou campeã olímpica. Nas três olimpíadas seguintes, ela representou seu país natal, o Uzbequistão, e não conquistou medalha alguma. Daí, ela se naturalizou alemã e, em Pequim, com 33 anos de idade, foi prata na prova do salto. Um feito grandioso para quem ainda só competia para pagar o tratamento médico do filho.

O menino, felizmente, já está curado da leucemia, mas a mãe ainda compete. E, no próximo fim de semana, ela vai disputar uma vaga na equipe alemã que vai para Londres. Num esporte em que juventude é fundamental, em que há uma idade mínima limite para disputa de campeonatos internacionais (16 anos), Oksana Chusovitina, aos 37, desdenha da ditadura do tempo e ainda é temida pelas rivais.

Ela não é a única que impõe medo, que quer ir a Londres e que não liga muito para idade.


Intitular sua história como "O Estranho Caso de Dara Torres" não seria ofensa à nadadora norte-americana, nem qualquer insinuação sobre doping, nada disso. Seria, apenas, reconhecer o espantoso rendimento que essa mulher tem nas piscinas, mesmo depois dos 40. Ou melhor, principalmente depois dos 40.

Dara conquistou uma medalha de ouro nos Jogos de Los Angeles, com 17 anos, no revezamento 4x100m livre, sem participar de nenhuma prova individual. Quatro anos mais tarde, em Seul, ela voltou para casa com duas outras medalhas, uma prata e um bronze, ambas em revezamentos. Na prova individual de que participou, os 100m livre, teve de se contentar com o sétimo lugar. Em Barcelona/92, já com 25 anos (idade com que Ian Thorpe, por exemplo, já havia anunciado aposentadoria), ela ajudou o revezamento dos EUA a ficar com o ouro no 4x100m livre. E houve um hiato.

Se não competiu em Atlanta/96, Dara Torres voltou à cena em Sydney/2000 e saiu da piscina com cinco medalhas - dois ouros em revezamentos e três bronzes em provas individuais - 50 e 100m livre e 100m borboleta. Ela era a nadadora mais velha da equipe norte-americana e foi a maior medalhista do time. E houve outro hiato.

Se estava velha para ir a Atenas, com 37 anos, estava em plena forma para nadar em Pequim, com 41. Se não conquistou medalhas de ouro - pois os revezamentos 4x100m livre e medley dos EUA ficaram com a prata -, por outro lado, voltou para casa com o melhor resultado individual de sua carreira olímpica. Superada em 0s01, Dara Torres foi segunda colocada na prova mais rápida da natação. E é nos 50m livre que ela, com 45, disputa no próximo dia primeiro a seletiva olímpica nacional.

Outra que, embora sem sucesso, tentou competir em Londres este ano foi a ciclista francesa Jennifer Longo. Ela pleiteava uma vaga no time nacional da prova de estrada do contra-relógio, mas o quinto lugar no campeonato francês frustrou sua expectativa, e ela não foi convocada para o selecionado olímpico. Teria sido sua oitava olimpíada consecutiva.

A francesa participou de todos os Jogos entre Los Angeles/84 e Pequim/2008. Em 1984 e 1988, a longa prova de estrada não trouxe medalha para Longo. A prata que conquistou em Barcelona/92, na mesma modalidade, não foi bem recebida por ela.

Por isso, quando Jeannie Longo venceu em Atlanta/1996, com 37 anos, depois de pedalar por mais de 100 Km e cruzar a linha de chegada 25s à frente da vice-campeã, diferença absurda no ciclismo, era de se imaginar que ali ela se aposentasse. Mas, não. Em Sydney/2000, ela foi medalhista de bronze no contra-relógio, foi décima colocada na disputa de estrada em Atenas/2004 e, incrívelmente, quarta em Pequim/2008 no contra-relógio.

Se a história de Jennifer Longo-Ciprelli não tivesse um exame positivo de doping em 1987 e uma suspeita recente de uso de EPO, sua carreira esportiva seria, sem dúvida, das mais bonitas. Ainda mais por ter tentado participar dos Jogos de Londres com quase 54 anos de idade.


Também cinquentona em atividade, e que também já teve problemas com um exame antidoping, é a velocista Merlene Ottey. Jamaicana naturalizada eslovena, Ottey vai disputar o campeonato europeu de atletismo na próxima semana, para tentar classificar o revezamento de sua nação adotiva para Londres. Se conseguir, será um feito quase tão extraordinário quanto as medalhas que já conquistou.

Em duas olimpíadas estigmatizadas por boicotes, Ottey saiu das pistas com três bronzes - dois nos 200m rasos em Moscou e Los Angeles, e um nos 100m, em 1984. Seul/1988 não rendeu pódio à jamaicana, mas, em Barcelona, a corrida de 200m rasos teve Ottey na terceira posição outra vez. Em Atlanta/1996, outro bronze (dessa vez, no 4x100m), mas com duas pratas em provas individuais - nos 100 e 200m rasos.

A medalha que lhe faltou nas Olimpíadas, ela só pôde conquistar em campeonatos mundiais. Foi campeã com o revezamento jamaicano do 4x100m em 1991 e foi bicampeã nos 200 em 1993 e 1995. Uma carreira irretocável, diga-se, não fosse uma polêmica em 1999.

Primeiro, foi anunciado que seu exame antidoping dera positivo, mesmo resultado da contra-prova. Ela foi suspensa, não participou do mundial de Sevilla. Entretanto, em 2000, às vésperas dos Jogos de Sydney, ela foi julgada e absolvida. Competiu nas Olimpíadas, tomando, inclusive, o lugar de uma companheira de time que obtivera resultados melhores que os seus na seletiva nacional, e ajudou o time jamaicano a ficar com a medalha de prata no 4x100m. Herdou, ainda, graças à eliminação de Marion Jones, por doping, um lugar no pódio dos 100m rasos - novamente, o terceiro posto. Mas já tinha 40 anos de idade e o ouro ausente nem fez muita falta.

Em Atenas/2004, ela já havia se naturalizado eslovena, mas não trouxe medalhas para sua casa nova, nem nos 100, nem nos 200m rasos. Agora, com 52 anos de idade, Merlene Ottey quer voltar ao cenário olímpico, tentando empurrar o improvável revezamento da Eslovênia.

Se Oksana Chusovitina, Dara Torres e Marlene Ottey estarão em Londres ou não, pouca importa. Elas - assim como Jennifer Longo, que já sabe que não vai - são prova de que medalhas não são o todo do esporte competitivo. Desafiar todo o tempo o próprio tempo é a competição mais dura. Competição que o movimento olímpico disputa há 118 anos, graças ao Barão de Coubertin, que não via razão para os antigos Jogos Olímpicos ficassem esquecidos por mais tempo.

(fotos: ffgym.com; facebook.com)

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Pontualidade britânica




Com a divulgação dos grupos e tabelas do vôlei e do handebol, o torcedor brasileiro já pode se programar para acompanhar a Seleção Canarinho pela TV, nos Jogos de Londres. Pelo menos, na primeira fase de cada um dos esportes coletivos.

A participação tupiniquim nas Olimpíadas começa dois dias antes da Cerimônia de Abertura, com o futebol. No dia 25, fazendo o jogo de fundo de uma rodada dupla, em Cardiff, o time de Marta entra em campo contra Camarões. No dia seguinte, no mesmo estádio, será a vez do sub-23 masculino estrear contra outro time africano - o Egito.

No dia 28, o primeiro de competições pós-Abertura, a TV Record, que transmite os Jogos Olímpicos com exclusividade na TV aberta, terá de escolher entre mostrar, às 10h30 (horário de Recife e Brasília), o time feminino de futebol do Brasil enfrentando a Nova Zelândia ou o de handebol estreando contra a Croácia. Esse problema não existe para as TV por assinatura (ESPN Brasil e SporTV), já que devem exibir os jogos em mais de um canal - o BandSports não disse, ainda, se vai disponibilizar mais de um canal de transmissão para seus assinantes.

Essa coincidência de horários em partidas das seleções brasileiras ocorre ainda algumas vezes nesses primeiros dias de Olimpíadas. No dia 30, por exemplo, enquanto Brasil e Rússia se enfrentam no basquete feminino, Brasil e EUA entram em quadra pelo vôlei feminino.

Em relação aos horários, o mais cedo que um time brasileiro entrará em campo ou em quadra será em 3 de agosto, com Brasil x China pelo vôlei feminino. No mais, todas as partidas envolvendo um selecionado verde-amarelo não vai ocorrer antes das 7h15 da manhã - bom, especialmente, para as TVs.

Outro fato a ser observado é que o vôlei masculino do Brasil, embora cambaleante nas duas últimas temporadas, foi bastante privilegiado na confecção da tabela. Todas as partidas do sexteto nacional serão em horário nobre em Londres, na sessão noturna (no caso do vôlei, a partir das 20h, horário local, 16h, horário de Recife e Brasília). E mais: quatro dos cinco jogos da primeira fase são dos que encerram o dia de competições, estão marcados, a princípio, para as 22h no relógio britânico.

Para que se tenha ideia do que isso significa, o time masculino de basquete dos EUA jogou todas suas partidas de primeira fase em Pequim/2008 na sessão da noite. Além do quê, a previsão é de que, às 22h, as competições diárias de atletismo, ginástica e natação (três modalidades de grande audiência global nos Jogos) já tenham encerrado, restando poucas opções TV ao espectador olímpico.

Veja a tabela de partidas do Brasil na primeira fase dos esportes coletivos. Os horários são de Recife e Brasília, quatro horas a menos que o fuso horário inglês no período.

25/7
14h45 - Futebol fem. - Brasil x Camarões

26/7
15h45 - Futebol masc. - Brasil x Egito

28/7
10h30 - Futebol fem. - Brasil x Nova Zelândia
10h30 - Handebol fem. - Brasil x Croácia
16h00 - Basquete fem. - Brasil x França
18h00 - Vôlei fem. - Brasil x Turquia

29/7
07h15 - Basquete masc. - Brasil x Austrália
11h00 - Futebol masc. - Brasil x Bielorrússia
18h00 - Vôlei masc. - Brasil x Tunísia

30/7
12h45 - Vôlei fem. - Brasil x EUA
12h45 - Basquete fem. - Brasil x Rússia
15h30 - Handebol fem. - Brasil x Montenegro

31/7
12h45 - Basquete masc. - Brasil x Grã Bretanha
15h45 - Futebol fem. - Brasil x Grã Bretanha
18h00 - Vôlei masc. - Brasil x Rússia

1º/8
10h30 - Futebol masc. - Brasil x Nova Zelândia
10h30 - Basquete fem. - Brasil x Austrália
12h15 - Handebol fem. - Brasil x Grã Bretanha
18h00 - Vôlei fem. - Brasil x Coreia do Sul

02/8
12h45 - Basquete masc. - Brasil x 3º Pré-Olímpico Mundial
16h00 - Vôlei masc. - Brasil x EUA

03/8
05h30 - Vôlei fem. - Brasil x China
10h30 - Basquete fem. - Brasil x Canadá
12h15 - Handebol fem. - Brasil x Rússia

04/8
12h45 - Basquete masc. - Brasil x China
18h00 - Vôlei masc. - Brasil x Sérvia

05/8
07h15 - Handebol fem. - Brasil x Angola
18h00 - Vôlei fem. - Brasil x Sérvia
18h15 - Basquete fem. - Brasil x Grã Bretanha

06/8
16h00 - Basquete masc. - Brasil x Espanha
18h00 - Vôlei masc. - Brasil x Alemanha

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Últimos times

A partir da próxima segunda-feira, o basquete começa a definir as últimas equipes classificadas para os Jogos Olímpicos. As últimas, mesmo. Porque todos os outros esportes coletivos já definiram seus representantes.

Semana que vem, em Ankara, na Turquia, 12 seleções definem as cinco últimas vagas para o basquete feminino. Na semana seguinte, em Caracas, Venezuela, 12 brigarão pelas três vagas restantes no masculino.

Em ambos os pré-olímpicos, o mesmo sistema de disputas: na primeira fase serão quatro grupos com três times, passando os dois melhores aos mata-matas. No feminino, quem vencer o primeiro jogo play-off estará classificado automaticamente para Londres, restando, aos quatro perdedores, lutar por uma vaga. No masculino, os vencedores do primeiro play-off irão às semifinais, onde, aí, sim, os dois ganhadores se classificarão para Londres, ao que os perdedores se baterão pelo terceiro posto.


Basquete Feminino - Ankara, Turquia - 25/6 a 1º/7

Grupo A - Turquia, Japão, Porto Rico
Grupo B - Rep. Tcheca, Nova Zelândia, Argentina
Grupo C - Croácia, Coreia do Sul, Moçambique
Grupo D - França, Mali, Canadá

Basquete Masculino - Caracas, Venezuela - 02/7 a 08/7

Grupo A - Grécia, Porto Rico, Jordânia
Grupo B - Venezuela, Lituânia, Nigéria
Grupo C - Coreia do Sul, Rússia e Rep. Dominicana
Grupo D - Macedônia, Angola, Nova Zelândia

terça-feira, 19 de junho de 2012

Bandeira do tênis

Primeiro, Novak Djokovic foi escolhido para carregar o pavilhão da Sérvia na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Londres/2012. Agora, Maria Sharapova foi apontada como a porta-bandeira da Rússia no desfile. Existe, na Espanha, uma campanha muito forte - entre os próprios atletas, diga-se - para que Rafael Nadal entre no Estádio Olímpico, dia 27 de julho, carregando o pendão nacional. E ainda é possível que Roger Federer também conduza a bandeira suíça - o que só não deve ocorrer por ele já ter recebido essa homenagem em Pequim/2008.

O tênis, que será disputado na grama sagrada de Wimbledon, está em alta ou não está, nos Jogos de Londres?

Em contrapartida, o Brasil depende de convite para inscrever alguém na modalidade. E o trunfo do país, obviamente, não são os títulos do postulante principal da vaga, Thomaz Bellucci, mas o simples fato de o Brasil sediar a próxima olimpíada. Pouco para quem já teve uma bicampeã de Wimbledon e um tricampeão em Roland Garros.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Amador




Teófilo Stevenson Laurence (1952-2012)

domingo, 10 de junho de 2012

Naide, triste fado

Naide Gomes está fora dos Jogos Olímpicos de Londres. Ontem, a saltadora portuguesa em distância rompeu o tendão de aquiles quando competia em Lisboa e será operada amanhã. Uma pena. Ainda mais porque, muito possivelmente, era a última chance olímpica da moça.

Nascida em São Tomé e Príncipe, Naide só defendeu a bandeira de origem nas Olimpíadas de Sydney/2000, quando foi última colocada numa bateria eliminatória para os 100m c/ barreira. Em 2001, ela se naturalizou e passou a defender a Pátria de Camões.

Em Atenas/2004, competindo no Heptatlo, Naide ficou com o 13º lugar. No mundial de Hensinque, em 2005, com o sétimo lugar. Contudo, o ciclo olímpico para Pequim não seria das sete provas, mas, apenas, do salto em distância.

Depois do bronze no mundial indoor de Moscou/2006, a neolusitana se agigantou na caixa de areia. Em 2008, começou o ano se tornando campeã mundial indoor, em Valência. E às vésperas dos Jogos Olímpicos, saltou 7,12m. Era favorita ao ouro que Maurren levou. Sorte da brasileira é que Naide saltou pessimamente nas eliminatórias e, sequer, teve o gostinho de disputar a final olímpica.

A final poderia ter vindo em Londres, já que, nos dois últimos mundiais outdoor - Berlim/2009 e Daegu/2011 -, mesmo sem medalha, ela esteve entre as melhores. Talvez não estivesse mais entre as favoritas, mas seria, decerto, candidata. Boa candidata.

Não dá pra dizer que o sonho da medalha de Naide Gomes ficou adiado para o Rio, em 2016. Porque aí ela terá 36 anos. E o tempo, curto para recuperação para Londres, é cruel para quem busca a primeira medalha no salto em distância.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Crash! Bolt sem limite

Ninguém dirá que o jamaicano Usain Bolt não é favorito ao bi-olímpico nos 100m rasos. A impressão cada vez mais clara é de que o homem-raio só perde o ouro se lhe acontecer um acidente antes da largada, como o que lhe tirou o título mundial em Daegu, ano passado, quando foi mais rápido que o tiro de partida.

Porque, se o acidente acontecer depois da linha de chegada, tudo bem. Pelo menos, pra ele.

Na etapa de Oslo, nessa quinta-feira, Bolt bateu os adversários com o tempo de 9s79. Suas marcas são tão expressivas que fazem uma dessas quase parecer irrelevante. E foi a mesma marca, diga-se, que deu o falso ouro ao tolo Ben Johnson em Seul/1988. Isso porque Usain Bolt venceu em Pequim/2008 com 9s69, foi campeão do mundo em Berlim/2009 com 9s58 e, em 2012, já correu a distância em 9s76. Por isso, 9s79, que é extraordinário, nem parece.

Ainda mais porque a cena do dia aconteceu depois dos 9s79, uns cinco segundos depois do fim da prova, na verdade. A loirinha que entregava o ramalhete aos vencedores foi mais rápida (!) do que Bolt, queria lhe entregar o prêmio imediatamente. O jamaicano parecia distraído com seu compatriota Asafa Powell e aí...

domingo, 3 de junho de 2012

Youtube olímpico IX

Dores num joelho operado há dois anos encerraram uma das carreiras mais brilhantes deste século na ginástica artística. A uma semana do pré-olímpico nacional, a norte-americana Shawn Johnson anunciou, neste domingo, que não tentará vaga no time para Londres, porque está definitivamente aposentada.

Johnson havia se afastado da ginástica logo depois das Olimpíadas de Pequim. Em janeiro de 2010, quando sofreu um acidente enquanto esquiava e feriu gravemente o joelho, disse que entendia, com a contusão, que não conseguiria viver sem o esporte. Voltou a competir, ganhou uma medalha de ouro por equipes no Pan de Guadalajara/2011, mas nunca voltou a ser a atleta que fora até 2008.

No mundial de Stuttgart/2007, então com 15 anos de idade, foi (entre homens e mulheres) a atleta mais premiada da competição, conquistando três medalhas de ouro, sendo uma com a equipe dos EUA, uma no solo e, a mais consagradora, uma no individual geral.

A vida da moça (e da equipe norte-americana) não foi nada fácil, contudo, nos Jogos Olímpicos do ano seguinte. Primeiro, as chinesas não deram chance a ninguém na competição por equipes e deixou os EUA com a prata. Depois, no individual geral, Shawn Johnson encontrou, no próprio time, uma adversária à altura. A russa naturalizada norte-americana Nastia Liukin só permitiu à compatriota o prêmio de prata. E do solo colheu outro segundo lugar, superada que foi pela romena Sandra Izbasa. Os três títulos mundiais do ano véspera se transformaram em três pratas olímpicas. Bom, sem dúvida, embora um tanto frustrante.

Faltava, ainda, a trave, no último dia de disputas da ginástica. A trave e... um trauma?

Em Stuttgart, as medalhas de ouro no pescoço foram um peso insuportável para Johnson, que, na final da trave, caiu do aparelho duas vezes e terminou na oitava posição entre as oito finalistas.

Trauma? Que nada.

Johnson aumentou, nas olimpíadas, a dificuldade de sua série em relação ao mundial e bateu Liukin justamente por causa da escolha dos exercícios: se na nota de execução Liukin fez 9,425 contra 9,225 de Johnson, a nota de dificuldade Johnson foi 7,000 contra 6,600 da compatriota. O resultado da soma lhe deu medalha de ouro. A única da carreira olímpica de Shawn Johnson.

sábado, 2 de junho de 2012

Na casa dos caras

Comprovando a boa forma, o chinês Liu Xiang venceu os 110m c/ barreiras, no meeting atletismo de Eugene (EUA), o Prefontaine Classic, válido como etapa da Diamond League. Seu tempo de 12,87s igualou a melhor marca mundial do cubano Dayron Robles, mas não conta para homologação do recorde por causa do vento, que tinha velocidade superior de 2,4m/s no instante da prova.

Mesmo sem o recorde homologado, foi uma grande vitória de Xiang sobre Arries Merrit, segundo, com 12,97s, Jason Richardson, campeão mundial ano passado, e David Oliver, melhor corredor da prova neste ciclo olímpico. A vitória em território ianque, contra os melhores ianques dessa competição, atesta, assim como a conquista em Xangai, há algumas semanas, que Xiang é forte candidato ao ouro em Londres. Hoje, talvez, o mais forte de todos.