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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Leitura do jogo

Admito: não vi a estreia brasileira na fase final da Liga Mundial de Vôlei. Vou comentar o resultado, e nada, no esporte, é mais pobre do que comentar resultado. Dizer que o time foi bem porque ganhou de muito ou foi mal porque perdeu de um azarão ou que se superou porque virou um jogo em que perdia por 2 a 0 é muito cômodo. Do mesmo jeito, é dizer que “o melhor da partida de hoje foi Lucão, porque ele, sendo é um central marcou 18 pontos no ataque, 20 no total.” Isso, per si, não quer dizer nada. Vou confiar no que andei lendo e acreditar que ele foi mesmo o melhor jogador em quadra contra Cuba.

Mas tem uns dados que, realmente, merecem registro.

Li, no ponto a ponto do globoesporte.com, que Vissoto passou em branco no primeiro set. Zero ponto. Sem ter visto o jogo, repito, prefiro dizer que ele voltou sem ritmo da contusão da semana passada e, no decorrer da peleja, até marcou cinco vezes no ataque. Mas isso me preocupa, porque é mais fácil dizer que a história dele na seleção mostra um jogador imprevisível, capaz de arrebentar na decisão de um Mundial e de não jogar rigorosamente contra, digamos, Porto Rico.

Vejo, o resumo da partida no site da Federação Internacional de Vôlei e leio o blog de Bruno Voloch, na UOL. Marlon jogou mal os dois primeiros sets e deu lugar a Bruno nos sets da virada. Isso tem se tornado comum. E também seria comum se fosse o contrário: Bruno entra mal no jogo e Marlon comanda o time na vitória. O lado bom é que mostra que a seleção tem dois bons levantadores. O lado ruim é que mostra que a seleção não tem um levantador cem por cento confiável – é bom, no fim das contas, ter dois levantadores do nível deles, já que não dá mais pra ter um Ricardinho.

Sigo no site da FIVB. Dante começou o jogo como titular, o Brasil perdeu dois sets, ele foi pro banco e deu lugar a Giba, que pontuou dez vezes nos três últimos sets. Já pedi, em nome da história dele e pelo que vi ano passado, que Giba tomasse a iniciativa de deixar a seleção por cima, antes das Olimpíadas de Londres. O sinal de alerta fora a reserva inquestionável no Mundial da Itália. Mas, qual o quê!?

Na Liga desse ano, Giba tem jogado muita bola, (mais, até, do que Murilo em alguns momentos) e merece ser titular. Dante ainda está voltando e espero que esteja bem fisicamente no campeonato que vale de fato, em dezembro, na Copa do Mundo do Japão.

No mais, uma salva de palmas pra Bernardinho. E eu digo isso pelo jogo que eu vi, mais cedo, entre EUA e Rússia.

Stanley fez uma partida ruim. Patak, seu reserva imediato, toda vez que entrava no jogo, era pra sacar. Sacava, pontuava, animava o time e saía. O treinador americano, Alan Knipe, não teve a ousadia, sequer, de testá-lo em jogo mesmo, tirando um cara que estava mal. Resultado: Rússia 3 a 1, EUA na lanterna do grupo.

O técnico ianque precisa ver os jogos do Brasil e perceber que Bernardinho, salvo uma ou outra teimosia, não tem medo de botar reservas em quadra pra virar um jogo. Hoje, ele mudou três jogadores do segundo pro terceiro set e escapou da derrota.

Amanhã, tem Brasil e EUA. Pode valer a classificação. E eu não vou poder ver, de novo.

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