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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Os argentinos cresceram


(foto: FIVB.org)

De 2009 pra 2010, embalado pelas previsões obrigatórias de fim de ano, comecei a acreditar que 2010 seria um bom ano pro vôlei argentino. Depois de quase uma década e meia dependendo de Milinkovic, a Argentina despontava com bons resultados nas categorias de base e levava, rapidamente, os garotos pro time adulto. Isso somado à fase final da Liga Mundial/2010 ser na Argentina, cravei: a Argentina termina o ano entre as quatro melhores seleções do mundo.

Errei.

Na Liga, uma campanha melancólica, perdendo todos os jogos da primeira e da segunda fases. Veio o mundial da Itália, e os portenhos até iam bem, mas enfrentaram Rússia e Sérvia na terceira fase e caíram antes das sêmis. Não foi, de fato, o ano do vôlei argentino. Mas a geração não estava perdida.

Na primeira fase da Liga Mundial deste ano, poderiam ter garantido a classificação com dois jogos de antecedência, mas acharam de perder pra Finlândia, em casa. Tiveram de ir à Sérvia conseguir a vaga. E conseguiram. Depois de perder o primeiro jogo, os argentinos sapecaram 3 a 0 no time da casa e garantiram vaga na fase final.

E, agora, na fase decisiva, onde se diz que os homens e os meninos se separam, eis que os meninos argentinos se mostram homens e já cumprem a melhor campanha da história da seleção em ligas mundiais. Com vitórias sobre Itália e Bulgária, já estão nas semifinais. Finalmente, entre os quatro melhores do mundo.

O melhor desse time argentino, sem dúvida, é a perspectiva de longevidade. Do time que enfrentou hoje a Bulgária, o jogador titular mais velho foi o líbero Alexis González, que completa 30 anos no próximo dia 21. Os demais não têm, sequer, 25 anos, são mais jovens do que qualquer jogador da seleção brasileira.

O destaque do time é Facundo Conte, 21, que é o maior pontuador dessa fase final da Liga e tem um aproveitamento quase inacreditável de 61,2% no ataque.

Independente do que faça nas semifinais, quando enfrenta Brasil ou Rússia, times evidentemente mais fortes do que já enfrentou no torneio, a Argentina sai fortalecida do campeonato e com a ideia de que pode, enfim, voltar ao pódio do vôlei, de onde está afastada desde o bronze nos Jogos de Seul/1988 – quando nenhum dos principais jogadores pensava em vôlei ou, até, nem havia nascido.

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