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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Touché, Sr. Presidente!

Foi a estocada que faltava contra o antigo esgrimista. Pal Schmitt não resistiu à acusação de plágio de sua tese de doutorado e renunciou ao cargo de Presidente da Hungria.

Como atleta, Pal Schmitt foi bicampeão olímpico na Espada por Equipes, na Cidade do México/1968 e Munique/1972. Um ano antes de se aposentar, participou dos Jogos de Montreal/1976 e voltou de lá sem medalhas, com um quarto lugar. Também foi presidente do Comitê Olímpico Húngaro de 1989 a 2010 e da Associação Mundial dos Atletas Olímpicos, entre 2000 e 2007.

Como político, Schmitt é membro do Fidesz, uma legenda de direita. Com a vitória do partido nas eleições de 2010, ele assumiu a presidência. Sua popularidade caiu vertiginosamente quando, em janeiro deste ano, promulgou a nova constituição do país, considerada, pelos EUA e pela Europa Ocidental, um documento que abre brechas para instalação de um governo ditatorial. Nela, por exemplo, o termo "República da Hungria" foi substituído simplesmente por "Hungria". Seus opositores o acusaram de ter sido manipulado pelo primeiro-ministro Viktor Orban, presidente do Fidesz.

Mas foi como acadêmico que o político levou uma golpe certeiro de espada. Sua tese de doutorado, defendida em 1992, foi considerada plágio, o que fez a Universidade Semmelweiss, de Budapeste, lhe retirar a laura de doutor.

Um homem que foi marionete, como presidente, caiu por ter sido trapaceiro, enquanto estudante. Somente sua reputação de atleta parece a salvo, mas até nela a lama desse escândalo respingou. A tese de doutorado plagiada por Pal Schmitt não versava sobre outro tema, senão, a história dos Jogos Olímpicos.

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