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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Boa engrenagem

Esquecendo o aforismo do “contra tudo e contra todos”, é preciso reconhecer que a Seleção Brasileira feminina de Vôlei se superou e, por que não?, surpreendeu.

Mesmo sem seis campeãs olímpicas, mesmo sem quatro das titulares de Pequim (Mari e Paula por contusão, Fofão e Walewska por aposentadoria), e, até, sem confiar nas duas levantadoras, antes da competição (a superação), o Brasil conquistou a vaga para as semifinais com uma rodada de antecedência (a surpresa). E com um detalhe que aumenta sobejamente o mérito tupiniquim: as brasileiras estavam no grupo mais difícil.

Recordemos as vésperas do início do mundial. Enquanto a Rússia e China tinham caminho aparentemente livre, do outro lado da chave o Brasil ia disputar palmo a palmo com EUA, Itália e Cuba duas vagas às semifinais. De quebra, ainda havia expectativa de jogos complicados contra Holanda e Alemanha. Era um nó que, com tantos problemas de corte na seleção, parecia indesatável.

Porém, (“Ah, porém”, como na música de Paulinho da Viola), depois de um começo vacilante, o Brasil encontrou em Fabíola uma titular indiscutível, viu Natália e Sheilla se destacarem no ataque, e as duas meios-de-rede pontuarem bastante em todos os fundamentos. Resultado? Vitórias mais do que convincentes contra Holanda, Cuba e Alemanha, e uma surra inesquecível sobre a Itália.

E ainda: rivais como a China, Cuba e até a Itália perderam partidas tidas como fáceis e se afastaram da briga – a Itália ainda tem alguma chance, mas não depende apenas de si mesma.

Amanhã, contra os EUA, talvez valha a pena poupar alguém (Sheilla, por exemplo, vem convivendo com dores na região lombar). Em termos de classificação, o resultado da última partida importa pouco, já que a diferença nos pontos average é muito grande e o primeiro lugar é quase certo (certo, se os EUA não vencerem a Holanda daqui a pouco).

O que conta é que o time engrenou e vai ser muito difícil alguém segurar.

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