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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A sete

Só deu Natália.

Thaísa mandou no jogo.

Até Jaqueline jogou bem.

Esses eram títulos possíveis para o texto sobre o jogo de hoje cedo. A vitória contra a Itália, ao mesmo tempo em que evoca alguns chavões do sensacionalismo, mostrou uma Seleção Brasileira muito eloquente na quadra e no banco.

Impossível não creditar a vitória no jogo e a goleada no último set a José Roberto Guimarães. O Brasil só não esteve na liderança do placar na abertura do terceiro set (o castigo veio depois), mas ele nunca deixou de recomendar, de cobrar, de jogar como se ali, do lado da quadra, fosse possível estar dentro dos nove por nove da área de jogo. Mais: desde o ano passado, ele preparava a seleção para este confronto, reafirmando, como prece, que o melhor time do mundo era o italiano – as brasileiras acreditaram e entraram em campo como quem vai a um combate titânico.

Fabíola, ao contrário da partida contra Porto Rico, não fez o jogo de uma bola só. Se ainda não levanta à perfeição para a saída de rede, dessa vez, ao menos, descobriu uma bola muito boa de meio-fundo com Sheilla e Jaqueline. A pernambucana, enfim, jogou uma partida de alto nível no ataque e, assim como a líbero Fabí, cometeu pouquíssimos erros no passe e defesa – francamente, só me lembro de um erro de Fabí, numa bola que veio de graça e ela acabou passando para o lado italiano.

Natália foi a pontuadora máxima da partida. A Itália fez 26 pontos de ataque, enquanto Natália, 21 – 25 no total, com dois bloqueios e dois aces. Mas, cá entre nós, não achei que ela tenha sido a melhor da partida.

Fabiana jogou um partidaço, sem dúvida. Mas a central que está se destacando é Thaísa. Hoje, ela fez cinco pontos de bloqueio, o mesmo que Fabiana. E ela ainda pontuou seis vezes atacando, uma sacandoe, até, defendeu dois ataques no fundo de quadra. Por toda a versatilidade e regularidade, ela é tem sido melhor do time e foi a melhor jogadora de hoje.

E a Itália?

Antes de dizer que a Itália jogou uma partida digna de Quênia ou Argélia, é preciso lembrar que o Brasil levava desvantagem em confrontos pós-Pequim. Na Copa do Campeões do ano passado, a Itália fez 3 a 0 e, na primeira fase do Grand Prix desse ano, 3 a 1.

Dito isso, tenho de confessar que o terceiro set me fez recordar: na Copa do Mundo de 1995, o time masculino do Brasil fazendo 15 a 0 em cima de Cuba. Considerei aquilo o fim declarado da rivalidade – e, de certa forma e por algum tempo, foi mesmo.

Falar da Itália em detalhe é inútil a essa altura – porque foi uma atuação digna de Quênia ou Argélia. Não pelo 3 a 0 em si, que tem ocorrido para um lado ou para outro, ultimamente. Melhor dizer que hoje só deu Natália, que Thaísa mandou no jogo e que até Jaqueline jogou bem: qualquer chavão é eloquente, quando se vence a Itália por vinte e cinco a sete.

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