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sábado, 6 de novembro de 2010

Constrangedor

O jogo que abriu a rodada, no grupo F, tinha um time tricampeão (mundial e olímpico). Contudo, ao contrário do que o placar leve a crer, não é à Holanda que esses títulos pertencem, mas a Cuba.

Não é, no entanto, a Cuba desse mundial quem tem história vasta no vôlei. Falo de uma Cuba que, em 1978, venceu um mundial em Moscou, ou que, entre 1992 e 2000, não permitia que ninguém mais vencesse olimpíada, mundial e copa do mundo. Aquela Cuba não perderia um set por 25-12, se a regra já fosse a atual. Mas a Cuba de hoje perde – e, ontem, perdeu logo dois.

O placar de 3 sets a 1 pode dizer, ainda, que houve um momento em que Cuba foi Cuba de novo e venceu um set, o segundo. Mas ele não diz que, nesse mesmo set, Cuba vencia por 20 a 10, quando viu a Holanda reagir abruptamente e só perder o set, por 25-22, graças a um erro de saque.

Esse time de Cuba, aliás, não tem uma só jogadora que pudesse ser daquela outra Cuba. A força do ataque, que, nos anos de ouro, compensava o passe fraco, agora é espectral. Essa Cuba de hoje, com a ressalva da renovação do plantel, mostra que é de pequeno que se começa a passar errado e que não é de uma hora para outra que aparece alguém saiba atacar – os 15 pontos de Carcaces mostram bem isso: ela é uma das raras veteranas na seleção caribenha.

Na madrugada do domingo, Cuba enfrenta o Brasil. As chances de classificação das ex-campeãs são quase nulas. O único alento que as cubanas têm, para hoje, é a rivalidade anacrônica entre os dois times. Essa deve ser a motivação que resta para essa Cuba terá até o fim do campeonato, que, para elas, talvez nem tenha começado. Em nome da tradição, o mundial de 2010 será, para essa e qualquer outra Cuba, nada mais que uma lembrança constrangida.

1 comentários:

Anônimo disse...

Isso aí, BRASIL! "Matar" essas cubanas amanhã.