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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Oberto, de coração e mente

A lição foi revista duramente nos últimos anos. O coração que mata, em campo ou na quadra, mata quase nunca sem aviso. E o coração de Fabricio Oberto lhe deu um aviso tenaz, na última terça-feira. Atuando na NBA, o pivô argentino sentiu tontura durante o jogo de seu time, o Portland Trail Blazers, contra o Millwalkee Bucks. Somou o sintoma às palpitações que vinha sofrendo, por conta de problemas cardíacos. O resultado da conta pode ter salvado a vida do jogador: Oberto anunciou aposentadoria.

Oberto, 37 anos, conseguiu pela seleção da Argentina glórias que o basquete brasileiro não lembra – como a medalha de bronze, em Pequim, e o vice-campeonato mundial de 2002 – ou nunca viu, como o ouro olímpico em Atenas. Em Atenas/2004, ironia suprema, depois de ser titular em toda a campanha, ele se contundiu nas semifinais contra os EUA e não disputou a final, contra a Itália. Também foi campeão da NBA pelo San Antonio Spurs, em 2007. Não à toa, o diário argentino Olé o saúda como “o melhor pivô argentino da história”.

Se, em Atenas, a decisão de não jogar a final pode ter lhe dado a medalha de ouro, a decisão de agora, de não jogar mais, foi a vitória da razão sobre a emoção, do homem sobre o atleta, da mente sobre o coração.

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