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domingo, 14 de novembro de 2010

É Brasil e Rússia

O título do jogo, por si só, torna excessivo qualquer comentário. Estarão em quadra, daqui a pouco, dois times invictos decidindo o título mundial do Vôlei feminino. Também decidiram o título em 2006 – e deu Rússia. Mas essa não é a segunda vez em que o choque entre brasileiras e russas decide alguma coisa.

Em Mundiais, além da decisão passada, as duas equipes, embora noutras fases, também se enfrentaram em jogos decisivos. Em 1986, o Brasil venceu a URSS por 3 sets a 0, na decisão do quinto lugar (mas isso é uma decisão, não é?). No campeonato seguinte, em 1990, o troco soviético: vitória por 3-1 nas quartas-de-final, com direito a um humilhante 15/0 no segundo set. Já nas semifinais de 1994, no Brasil, as donas da casa venceram a Rússia (Rússia, mesmo, sem as repúblicas soviéticas) por 3-2 e foi para a final. Novamente, a vingança russa veio no Mundial seguinte, em 1998, com uma vitória de virada por 3-1, na disputa do terceiro lugar.

No Grand Prix do ano passado, Brasil e Rússia se mediram na primeira rodada da fase final. A vitória brasileira significou o título, pois nenhuma das duas equipes perdeu de mais ninguém, até o final da competição. Antes, a Rússia vencera o Brasil na final de 1999, e o Brasil, na de 1998 e 2006. Em 1996, o duelo aconteceu na última rodada e o título seria russo, se tivesse vencido o Brasil por 3-0 ou 3-1, mas perdeu por 3-2 e o Brasil levou esse título também – à Rússia, o bronze.

Em Jogos Olímpicos, nunca houve uma final entre os dois times. Houve, contudo, duas semifinais – em 1992, quando a Rússia integrava a CEI (Comunidade dos Estados Independentes), e no famigerado jogo de 2004 – com vitória das europeias, e uma decisão de medalha de bronze, em 1996, com triunfo brasileiro.

Nesse placar quase arbitrário de jogos decisivos (pois incluo, por exemplo, um jogo que valia um quinto lugar num campeonato mundial), a URSS/CEI/Rússia tem 6 vitórias contra 7 do Brasil. É claro que, nesse caso, os números mentem: com duas vitórias em semifinais olímpicas e uma em mundiais, a vantagem no confronto em decisões é russa. O que o placar mostra, isso, sim, é o equilíbrio histórico entre as duas seleções.

Contudo, a história não entra em quadra, não influencia o saque de Thaisa, o ataque de Gamova, o bloqueio de Fabiana. Os números do confronto servem mais para diversão e análise do que previsão. Por isso, quem leva o título? Impossível dizer: é Brasil e Rússia!

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